sábado, 14 de julho de 2012


1992: A Venda para o Grupo IBF



Chamada de Estréia de Amazônia
No ano de 1992 uma nova crise começaria. Depois de exibir algumas minisséries, entrava no ar, em dezembro de 91, a superprodução Amazônia. Dirigida pela mesma equipe de "Pantanal", encabeçada por Jayme Morjardim e trazendo boa parte do elenco desse grande sucesso da Manchete, tinha como principal objetivo repetir o sucesso de Pantanal. Porém, antes de sua estréia, Jayme Monjardim deixou a Manchete, contratado pela Rede Globo de Televisão. A Manchete contratou então, Tizuka Yamazaki, que assinara sucessos como Kananga do Japão na emissora, e colocou a novela no ar. A trama não agradou ao público, foi modificada no meio, sofreu várias mudanças, teve seu final antecipado e poucos notaram quando chegou ao fim. A Manchete não teve retorno de seus investimentos e sua situação financeira ficou insustentável.


O Documento Verdade veio substituir o Documento Especial, numa fase de fuga de programas e estrelas para o SBT.
Em maio Nelson Hoinnef recebeu uma proposta do SBT e transferiu para a emissora paulista o seu Documento Especial Televisão Verdade. A Manchete resolveu tapar o buraco com um programa idêntico, o "Manchete Especial, Documento Verdade", apresentado por Henrique Martins e dirigido por Adir Ribeiro.

Atolado em dívidas e abatido por movimentos grevostas no Rio e em São Paulo, Adolpho Bloch confirma a decisão de vender a rede. Em junho o empresário Amílton Lucas de Oliveira, presidente do Grupo IBF (responsável pela impressão de loterias instantâneas) acertou a compra de, inicialmente, 49% das emissoras de TV e rádio do grupo Bloch, por 125 miloes de dólares, o mesmo valor da dívida da empresa. Em um mês, demitiu mais de 650 funcionários e levou boa parte dos departamentos da emissora para São Paulo, inclusive programas como o Clube da Criança. O sindicato dos radialistas manifestou a preocupação com a transferência da cabeça-de-rede para a capital paulista, e o esvaziamento dos postos de trabalho no Rio. David Raw foi contratado para ser o diretor-geral da emissora.

Ainda em junho, Amazônia chegou ao fim, e em seu lugar foi reprisada a minissérie "As Aventuras Amorosas do Seu Quequé", produzida pela TV Cultura 10 anos antes. O departamento de dramaturgia da Manchete estava praticamente extinto.

A nova empresa anunciou poucas novidades, entre elas a volta do costureiro Clodovil, para comandar um talk-show noturno, que obteve bons índices de audiência. Mas ainda assim, o programa sofreu, pois em muitos dias não havia fitas para as gravações.

Uma divisão clara se formou entre as emissoras do Rio de Janeiro e de São Paulo. O grupo que agora controlaria a emissora temia que a qualquer momento a cabeça-de-rede no Rio retirasse a emissora do ar, ainda por conta dos muitos atrasos de salários e acordos descumpridos com os novos donos. Uma situação bizarra tomou conta da empresa, que ainda ocupada o prédio da Bloch Editores na capital carioca.

Em dezembro, Leila Cordeiro e Eliakim Araújo deixam a Manchete rumo ao SBT.

O ano de 1992 foi marcado pelo fim de vários programas, demissões em massa, greves, e até uma bomba caseira explodiu no prédio da Bloch Editores. Uma das emblemáticas cenas da história da Manchete envolveu Adolpho Bloch, que saiu à rua chorando pedindo que os funcionários em greve voltassem aos postos de trabalho, antes da venda da emissora. Em outra ocasião, no mesmo ano, o empresário fechou a rua do Russel com caminhões para evitar que o grupo IBF levasse equipamentos da sede carioca para São Paulo.

Vinheta de Fim de Ano. 1992/1993




Nenhum comentário:

Postar um comentário